QUAIS SÃO OS SINTOMAS DE UM DISTÚRBIO DA FALA?

SINTOMAS DE UM DISTÚRBIO DA FALA

Há vários sintomas indicativos dos distúrbios da fala. Isto inclui:

Fala ininteligível – Quando os outros têm dificuldade em compreender as verbalizações de uma pessoa, pode ser sinal de um distúrbio da fala.

Sons omitidos – Ao apresentar esse sintoma, a pessoa omite uma parte da palavra — por exemplo, dizer “co” em vez de “barco” —, ou omitir consoantes ou sílabas inteiras.

Adicionar sons e palavras extras – Isso é mais comum em pessoas com gagueira.

Sons substituídos – Acontece quando os sons são distorcidos ou substituídos, como dizer “catolo” em vez de “cachorro”.

Uso de gestos – Quando a pessoa usa gestos para se comunicar em vez de palavras.

Tom inapropriado – Falar em um tom ou volume estranho.

TIPOS DE DISTÚRBIOS DA FALA

Tanto crianças quanto adultos podem sofrer de uma série de distúrbios da fala, que podem ter efeitos leves, médios ou graves em sua capacidade de comunicação.

Os distúrbios de comunicação mais comuns incluem

gagueira,
apraxia,
disartria
e língua solta

Você sabia?

Os distúrbios da fala afetam entre 5% e 10% de todas as crianças. Os meninos têm uma probabilidade quatro vezes maior de desenvolver distúrbios da fala que as meninas.

Gagueira

A gagueira, também conhecida como distúrbio de fluência, é um dos distúrbios da fala mais comuns. O fluxo da fala é comprometido pela repetição involuntária de sons, sílabas ou palavras, assim como interrupções ou o uso prolongado de um som. Especialistas em fala acreditam que os gagos sofrem de tensão nos músculos envolvidos na fala, e a ansiedade e o medo acabam tornando a gagueira ainda pior.

Esse distúrbio muitas vezes começa na infância e pode durar a vida inteira. Embora os especialistas médicos ainda não tenham encontrado a causa exata da gagueira, eles acreditam que deve haver um componente genético, já que os gagos tendem a ter outras pessoas com o mesmo distúrbio na família. Em casos raros, a gagueira também pode começar já na vida adulta como resultado de um evento neurológico, como uma lesão cerebral, um tumor, um derrame ou abuso de drogas.

A gagueira pode variar: em certas situações, como ao falar ao telefone, a pessoa pode gaguejar mais ou menos, dependendo do nível de ansiedade ligado àquela atividade. Outros problemas da gagueira também podem ser agravados por fatores externos. A vergonha que a pessoa com gagueira sente ao ser provocada e ridicularizada contribui para a ansiedade, o que, por sua vez, causa tensão nos músculos relacionados à fala.

Nem todo mundo gagueja da mesma maneira. Algumas pessoas com gagueira têm mais controle natural sobre a fala que outras. O grau de gagueira também pode variar para o mesmo indivíduo. O controle que os gagos possuem depende da situação específica em que se encontram, da dificuldade das palavras que precisam dizer, e de como estão se sentindo naquele momento.

As crianças podem ter gagueira desenvolvimental, que aparece quando estão aprendendo os processos de fala e linguagem. Cerca de 5% de todas as crianças passam por um período de gagueira que pode durar seis meses ou mais. Três quartos delas se recuperam até o final da infância, enquanto aproximadamente 1% desenvolve um problema de longo prazo.

Lidar com o distúrbio logo no começo é fundamental para corrigir o problema. O tratamento envolve consultas com um fonoaudiólogo. Com tratamento constante, muitas crianças superam a gagueira em um período que pode variar entre alguns meses e um ou dois anos.

Fato interessante

A maioria dos gagos não gagueja ao cantar.

Apraxia

Ao contrário da gagueira, a apraxia é sempre neurológica tanto em adultos quanto crianças, e é resultado de algum tipo de bloqueio ou desconexão entre os músculos relacionados à fala e os nervos correspondentes. O distúrbio pode ser resultado de uma lesão cerebral traumática, como uma concussão, um derrame ou uma infecção.

Quando se tem apraxia, a língua e os lábios não conseguem fazer os movimentos corretos para produzir sons. Em casos extremos, a apraxia pode deixar a pessoa incapaz de falar. Como acontece com muitos distúrbios da fala, a pessoa com apraxia sabe muito bem o que quer dizer, mas não consegue articular as palavras. Assim, ela acaba produzindo sons errados ou colocando ênfase nas partes erradas das palavras. Muitas vezes, a pessoa com apraxia não consegue pronunciar as palavras da mesma forma mais de uma vez.

Apesar das causas genéticas e físicas, a apraxia pode ser combatida com a ajuda de um fonoaudiólogo.

Disartri

A disartria é diferente da apraxia pois os músculos relacionados à fala ficam fracos demais devido a um dano cerebral. Geralmente as pessoas com disartria pronunciam as palavras de maneira arrastada ou prolongada, e o distúrbio pode piorar a ponto da pessoa não conseguir mais falar.

O tratamento mais apropriado depende da causa subjacente da disartria e da gravidade do distúrbio. Um fonoaudiólogo pode ajudar a diminuir a velocidade da fala e usar a respiração para que a pessoa se comunique de maneira mais clara. O tratamento também inclui o treinamento dos músculos da boca, dos lábios e da língua para torná-los mais fortes.

Distúrbio de articulação

O ceceio ou “língua solta” é provavelmente um dos distúrbios de fala mais bem conhecidos. Ele causa dificuldades na comunicação e, dependendo da gravidade, pode acabar com a autoconfiança da pessoa.

Há dois tipos de ceceio:

Ceceio anterior: ocorre quando a língua ultrapassa os dentes e produz um som mais forte para “s” ou “z”. Por exemplo, a pessoa diz “sssopa” ou “sssim”.

Ceceio lateral: ocorre quando o ar escapa pelas laterais da língua em vez da frente. Assim, o som de “s” sai estranho e pouco claro.

O ceceio anterior é muito comum entre crianças até o cinco anos e, na maioria dos casos, é corrigido com a prática. Já o ceceio lateral, que não faz parte do desenvolvimento normal da fala, infelizmente não se resolve sozinho. A fonoaudiologia para tratar os ceceios inclui exercícios para reaprender a pronunciar palavras, fortalecer os músculos e treinamento de enunciação.

Você sabia?

Dizem que a Apple treinou a Siri para compreender estilos atípicos de fala ao criar um banco de 28.000 clipes de áudio de pessoas com gagueira, e que será usado para ajudar a assistente digital a entender padrões de fala diferentes.